26 de março de 2020

Coronavírus: Como enfrentar os desafios no seu negócio?

Empreender em condições normais já não é tarefa fácil. Com a Pandemia do COVID-19 o desafio se tornou ainda maior. Procurar formas efetivas de prevenir a contaminação e disseminação do Corona Vírus e buscar o isolamento social é fundamental nesse momento. Mas por outro lado não podemos negar que nossa sociedade funciona num sistema econômico que depende de pessoas trabalhando para produzir e manter o próprio sistema. Então falar de negócios agora, pode até soar inadequado para algumas pessoas, porém se faz extremamente necessário, pois sabemos que a vida das pessoas também depende, do trabalho, da renda e dos produtos e serviços que permitem a sustentação das famílias e do próprio sistema.

O cenário com os decretos federais e estaduais e as recomendações dos órgãos de saúde pública, é de parar a grande maioria das atividades. E enquanto não podemos mudar isso, enquanto o isolamento social é necessário, o empreendedor precisa encontrar formas de atenuar os efeitos da paralisação de diversos setores. O Pulso Empreendedor busca nesse artigo sugerir algumas ações e pontos importantes a serem considerados diante da crise Corona Vírus.

Liderança

O primeiro ponto a salientar é a postura do líder. Momentos de crise exigem que o empreendedor assuma a frente rapidamente e coordene os trabalhos para a gestão da crise, mantendo a calma, com otimismo e bom senso e inspirando o senso de colaboração e coletividade. É preciso buscar fontes de informação confiáveis para analisar e agir diante dos fatos. É preciso tomar as decisões nos diversos setores da empresa, com confiança e certos de que diante do desafio atual não existe certo e errado, será preciso correr riscos calculados. Firmeza, transparência e inteligência emocional, são ainda mais importantes nesse momento.

Colaboradores

Primeiramente deve-se atender todas as recomendações de saúde e segurança e cumprir as determinações de decretos federais, estaduais e municipais. O empreendedor deve tomar medidas de orientação de higiene e prevenção, informar e treinar os colaboradores. Se a empresa ou negócio não está entre as atividades essenciais e/ou permitidas pelo governo, a atitude correta é afastar os colaboradores.

Porém, para que a empresa ou negócio sobreviva, é importante buscar alternativas para manutenção dos trabalhos possíveis, seja nas atividades permitidas pelo governo, de forma presencial, como nas demais na modalidade de Home Office. Nos casos de empresas que não podem funcionar por decreto, as alternativas incluem dar férias aos colaboradores - ainda que não seja o melhor momento para o colaborador desfrutar do período – porém considerando os cuidados com o fluxo de caixa em função do desembolso dos valores relativos as férias.

Também pode ser aplicado o banco de horas para que haja a compensação das horas de trabalho no futuro, porém nesse caso o cuidado é em relação a demanda futura ser suficiente para “consumir” essas horas estocadas, pois algumas empresas no seu retorno, possivelmente apresentem diminuição da demanda.

Clientes

Se saúde é a palavra nesse momento, as medidas de higiene e prevenção pensando no cuidado e atenção ao cliente são essenciais. Deve-se informar a maneira de trabalho, produção, entrega, tudo para garantir a segurança do cliente e transmitir confiança e o comprometimento da empresa.

É preciso pensar como os clientes vão se comportar. Eles precisarão mesmo do seu produto ou serviço? É necessário ser realista para decidir sobre diminuir, parar ou aumentar a produção e também buscar os meios para atender os clientes. Para isso o foco deve ser: O que o cliente precisa agora? Que benefícios ele espera nesse momento? Pense novos produtos e novas formas de atender. Faça as perguntas certas.

E mantenha você suas vendas ou não, uma coisa é fundamental: manter a boa comunicação com o cliente! Buscar formas de informar sobre os trabalhos, sobre as atividades, sobre o quê e quando estará disponível. Se estiver impossibilitado de produzir e/ou vender, buscar meios de dar dicas, oferecer soluções e manter o cliente próximo e com a clara percepção de que a empresa continua se preocupando com ele, mesmo que não esteja oferecendo seus principais produtos e serviços.

Capacitar a equipe e preparar para momentos futuros também pode ser uma boa opção. Além de usar o tempo disponível para rever planos, planejar ações imediatas ou futuras e fazer aquilo que normalmente não é feito em termos de organização do negócio.

Fornecedores

Fornecedores e parceiros também precisam ser orientados quantos as questões de higiene e prevenção. Deve-se busca-los o mais rápido possível e entender quais insumos e serviços serão mantidos pelos seus fornecedores e quais serão interrompidos. Isso é determinante para garantir sua produção e manutenção do estoque. Deve-se priorizar os fornecedores essenciais para o funcionamento da empresa e principalmente aqueles que tenham relação direta com os principais produtos e serviços demandados pelos clientes.

Nos casos em que o negócio está impossibilitado de operar, com certeza o fluxo de caixa será fortemente afetado. E nesse ponto é preciso firmeza e transparência para negociar com fornecedores. Todos estão acometidos de alguma forma pelas mesmas dificuldades e deve se buscar a ponderação para ajustar o que é possível no momento. Prazos, quantidade, formas de pagamento, o setor de compras deve como nunca estar bem alinhado com o financeiro.

Pensando no futuro, em alguns casos com o aumento da demanda pós crise, pode ser interessante organizar e planejar com fornecedores as ações futuras, prever estoque e/ou garantir serviços futuros.

Financeiro

O primeiro ponto a ser considerado nesse setor é nunca abandonar os controles financeiros. Os compromissos assumidos previamente não estão suspensos. Com algumas exceções em que o governo concedeu maior prazo ou suspensão, as contas da empresa precisam ser pagas. O fluxo de caixa deve ser analisado constantemente. Sugere-se a criação de um plano emergencial com a criação de cenários (pessimista, realista e otimista) que considere todas as contas a receber e a pagar, vendas, impostos, contas que podem ser postergadas, renegociadas, enfim, todas as contas e centros de custos devem ser minuciosamente analisadas para que sem encontre meios de minimizar os impactos. Caso necessário, algumas instituições financeiras apresentam linhas de crédito especial neste momento com apoio do governo, e a depender da análise financeira da empresa ou negócio pode ser importante recorrer a esse capital de forma planejada.

Legado e aprendizado após o período crítico

Em todos os aspectos mencionados é importante tomar decisões prevendo cenários futuros. Coerente pensar em cenário pessimista, realista e otimista. Embora haja muita incerteza de como o mundo irá reagir ao ocorrido, temos a certeza de que após o período crítico decorrente do Corona Vírus, teremos um processo de retomada de atividades, mas com mudanças significativas nos aspectos social, político e econômico.

O mundo não será mais o mesmo. E por isso devemos pensar em identificar as tendências futuras e antecipar ações de adaptação para nossas empresas e negócios. Teremos sem dúvida uma mudança nos hábitos de consumo e no relacionamento com o cliente.

Sobre compras online, a revista EXAME pulbicou matéria em que mostra que as vendas de mercados e itens de saúde pela internet no período de isolamento social, cresceram até cinco vezes. Pessoas que não tinham o hábito de comprar pela internet, se viram na necessidade, e as empresas que antes não vendiam nessa modalidade também se adaptaram para operar e entregar.

E mesmo os negócios ditos tradicionais poderão ser afetados. Após o período crítico, teremos menos propagação do Corona Vírus, mas isso não significa que tudo voltará ao normal. A percepção de limpeza, saúde e segurança de um cliente de um bar ou restaurante nunca mais será a mesma. A experiência será alterada, e o cliente esperará respostas e sinais claros de que as empresas estão cuidando da saúde dele. É possível que clientes evitem por exemplo um aperto de mão desnecessário, então seja no varejo ou na prestação de serviços será necessário muda a forma de abordar e atende o cliente. 

Empreendedorismo e inovação

Se por um lado a crise gera dificuldades e necessidade de adaptação, por outro também gera oportunidades positivas e estimula a inovação. O cliente espera os benefícios e vai continuar consumindo, só que de formas diferente.

Fazer as mesmas coisas de sempre, dificilmente trará bons resultados nesse momento. É preciso sair da zona de conforto, pensar em estratégias “fora da caixa” e inovar pode ser a saída. O empreendedor precisa pensar em formas de atender as demandas, solucionar os problemas reais da sociedade e quem sabe realizar o conhecido “pivotamento” tão utilizado nas startups.

Para isso pode ser necessário também antecipar o planejamento estratégico da empresa, realizar mudanças, arriscar de forma calculada e quem sabe lançar um novo produto ou serviço, ou até iniciar um novo negócio.

As atitudes e comportamentos empreendedores tão conhecido no Empretec nunca foram tão solicitados. Deve-se ter iniciativa, buscar os especialistas, obter ajuda para resolver os problemas dos setores da empresa e sanar todas as dúvidas. Instituições e associações empresariais (associativismo e cooperativismo) disponibilizam de forma gratuita consultores e informações confiáveis.

E acima de tudo, esteja nesse momento cercado de pessoas otimistas que tenham o compromisso de superar o momento com sensatez e seriedade. Tendo o entendimento de que além de manter o negócio, precisamos também nos ajudar e contribuir com a sociedade para que juntos superemos essa crise de forma responsável.

Conte com o Pulso Empreendedor!!!

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